Dois psicólogos e uma fonoaudióloga passam nas alas de internação cantando e tocando instrumentos para pacientes e colegas
Teve início na quarta-feira (18), no Hospital Referência à Covid-19, mais uma ação que garante a humanização, preconizada pelo prefeito Emanuel Pinheiro: trata-se do “Tocando Corações”, um projeto de musicoterapia que leva momentos de leveza e alegria a pacientes e funcionários da unidade.
A iniciativa partiu do psicólogo Marden Lima, que atua no hospital fazendo o acolhimento de pacientes e familiares e também nas visitas virtuais. Ele conta que, durante o estágio da faculdade, participou de um projeto de musicoterapia e que ainda guardava o trabalho escrito, que foi apresentado aos colegas que atuam no hospital e, após adaptações, ganhou a adesão da equipe. Além de Marden, fazem parte do Tocando Corações a fonoaudióloga Gisele Reis de Barros e a psicóloga Ângela Campbel, que além de cantar, tocam violão e instrumentos de percussão.
“Quarta-feira foi o primeiro dia e foi ótimo! A música dá uma aliviada. O pessoal fica lá no quarto, não pode sair. O máximo de contato que tem com o familiar é pelo celular e a música acaba despertando. Às vezes nem é o estilo que a pessoa gosta, mas os acordes já dão aquela aliviada. Passamos em todos os quartos de enfermaria, cerca de 10 quartos. Tocamos pelo menos uma música, conversei com o paciente, não deixei de fazer um acolhimento rápido. Eles mesmos filmavam com os celulares deles para mandar pros parentes, cantaram, alguns vieram a lágrimas”, relata o psicólogo.
Além do foco nos pacientes, Marden Lima explica que os profissionais da saúde também são público-alvo do projeto. “O projeto tenta abranger tanto o paciente quanto os profissionais que estão aí no dia a dia tratando os pacientes”. Também há a previsão de levar a musicoterapia para as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do hospital, em um formato adaptado, para contemplar a todos os pacientes da unidade.
Vocalista da banda de rock Heróis de Brinquedo, Marden Lima fala ainda do privilégio de unir o que, pra ele, são “as duas melhores profissões do mundo” e poder, com isso, ajudar a outras pessoas. “A música faz parte da minha vida e eu sempre digo que tenho as duas melhores profissões do mundo, psicólogo e músico. Então, o projeto de musicoterapia foi uma forma de juntar as minhas duas profissões numa só e é bem gratificante! Se o pessoal sabe a letra, eles acompanham, cantam, batem palmas. Eu agradeço a oportunidade de trabalhar num hospital covid porque o pouco que a gente pode fazer, às vezes, é muito para um paciente que está angustiado, com medo iminente da morte. […] E se o paciente não estiver com o psicológico bom, ele pode se entregar, piorar o quadro. E um auxílio psicológico, um contato com a família, pode motivar o paciente a querer melhorar a sair dessa”, afirma o psicólogo.
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