Geisy Arruda lança, na quinta-feira, um novo livro de contos picantes. “Não Apague o Meu Fogo: Queime Comigo” é o título da terceira obra da autora e influenciadora digital, que em 2019 deu os primeiros passos no universo da literatura erótica. Neste novo trabalho, a promessa é de ainda mais ousadia e um convite a descobertas de novas formas de prazer em tempos de quarentena.
A pandemia de covid-19 serviu como pano de fundo para os contos. Em muitas histórias que escreve, Geisy se inspira nas próprias relações sexuais. Com o isolamento social, admite que teve dificuldades para deixar a criatividade fluir. “A libido de todos estava muito baixa, inclusive a minha”, admite.
“Infelizmente, vivemos nessa pandemia e não tem como fugir disso. Nada mais broxante no mundo do que a covid. Comecei a pensar, não posso escrever contos de coisas que as pessoas não estão vivendo. Os contos foram feitos como se as pessoas estivessem em casa”.
Sexo no uber e outras histórias
Apesar da dificuldade de transar na pandemia, Geisy buscou na memória algumas situações marcantes. Ela revela pelos menos três contos do livro que são reais:
Resgatei algumas transas antigas. Uma do Uber tive que colocar. A do Batom Vermelho também. Ela faz sexo oral enquanto o cara dirige. Tem o conto do Enforcamento. Durante uma transa o rapaz quis me enforcar. Também é verídico. O legal dos meus livros é não saber exatamente o que é verídico. Não gosto de deixar nada óbvio. Quero que as pessoas pensem, onde essa louca foi enforcada?.
Mesmo nos contos inspirados na vida real, Geisy gosta de instigar o leitor a se abrir à imaginação. Afinal, o que é narrado nas páginas do livro será que aconteceu exatamente da mesma forma? Autora e personagem, muitas vezes, se confundem.
“A Geisy normal é mais exigente. Muito mais exigente! Se o homem está cheiroso, se está bem vestido, o cabelo arrumado, se beija bem. Tudo isso conta. As minhas personagens estão ali para o crime”, compara.
Na história do Uber, a personagem está voltando da balada com o namorado e começa a transar dentro do carro. Ele vê pelo retrovisor e ela começa a empinar para o Uber passar a mão nela. De repente, o Uber para no asfalto e vem participar. Ela quer o prazer em si. Ela é mais liberal, não pensa muito. Eu já fico, mas esse Uber é bonito? (…) todo conto do Uber é maravilhoso.
Ele pediu para ser humilhado…
Ávida em transformar experiências pessoais em contos eróticos, Geisy descobriu muitas formas de prazer que não conhecia, a exemplo do BDSM — práticas sexuais baseadas na sensação de dor — e do sexo sem penetração. Certa vez, conheceu uma pessoa pela internet com um pedido inusitado:
Conheci um rapaz na internet que queria que eu fosse a dominadora dele. O fetiche dele era que eu o humilhasse. Estava muito legal, engraçado por um tempo. Mas chegou uma hora que falei, estou sem tempo para humilhar esse menino. Estou muito ocupada com meu livro, não vai dar. Dei um gelo nele.
“Alguns homens têm medo de mim”
Desde que passou a ser produtora de conteúdo erótico — além dos livros, Geisy também tem um podcast e faz campanhas para marcas do mesmo nicho —, a relação com os homens mudou.
Alguns homens têm medo de mim. Acho isso terrível. Eles não sabem como abordar. Há um receio? E uma espera muito grande. Os rapazes acham que vou arrancar a roupa deles. Eu falo, meu filho! Primeiramente, qual o seu signo? Não é essa coisa, vou te pegar e vou te comer. Não é dessa maneira. Tudo tem a sua hora. Primeiro vamos nos conhecer, fale o seu nome. Essa parte ainda não pulei. Cria-se muita expectativa.
“Ajoelhou tem que rezar? Não, meu amor!”
Geisy diz que não é porque escreve, pensa e fala de sexo o tempo todo que precisa estar sempre disponível para praticar. Às vezes, não rola. E o boy que lute, né?
Quando digo que não vai rolar, não vai rolar. Se peço para a pessoa ir embora da minha casa ela tem que ir. Eu me torno mais seletiva. Sexualmente, se ele não me atrai ou a conversa não bate, falo: estou com sono e acho legal você ir embora porque quero descansar. Ajoelhou tem que rezar? Não, meu amor! Ajoelho e rezo se eu quiser!.
Carreira promissora
Geisy diz que se encontrou no mercado erótico. Acredita que isso se deve à pouca concorrência. Financeiramente, afirma que o negócio é rentável e que graças ao trabalho conseguiu comprar um apartamento.
Sou garota propaganda de muitas marcas relacionadas a sexo. Por exemplo, a atriz da Globo não vai querer anunciar esses produtos. Eu vou! É um mercado que não tem muitos concorrentes. A gente cobra mais caro.