A discussão acalorada entre alguns parlamentares na Câmara Municipal de Cuiabá registrada na sessão desta quinta-feira (4) foi parar na delegacia por iniciativa do vereador Sargento Vidal (PROS). Ele registrou um boletim contra a colega de parlamento Michelly Alencar (DEM) por crime de injuria em decorrência de publicações que ela compartilhou em suas redes sociais.
O pano de fundo da confusão é um pedido de abertura de Comissão Processante para cassar o mandato do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) que está afastado do cargo por força de duas decisões judiciais, uma da Justiça Federal e outra da Justiça Estadual.
Michelly Alencar compõe o grupo de vereadores de oposição ao prefeito no Legislativo Cuiabano enquanto o Sargento Vidal faz parte da base aliada de Pinheiro. No boletim de ocorrência registrado de forma virtual, o vereador relata que no dia 2 deste mês a parlamentar democrata “postou uma matéria em suas redes sociais onde acusa os vereadores de receberem cheque para votar contra a cassação do prefeito”.
O tema gerou discussões acaloradas dentro do plenário da Câmara de Cuiabá e motivou discussão entre o presidente da Casa, Juca do Guaraná Filho (MDB) e Michelly Alencar. O presidente aproveitou a situação e encerrou a sessão sem votar o pedido de abertura da Comissão Processante, protocolado pelo suplente de vereador Fellipe Corrêa (Cidadania), aliado dos parlamentares da oposição.
Na própria sessão, o vereador Sargento Vidal se manifestou contra a publicação de Michelly Alencar. Posteriormente, ainda registrou o caso na Polícia Civil. “Além de postar ainda colocou uma enquete instigando a população, acusando os demais vereadores de não fiscalizarem, atacando o trabalho e a honra”, sustenta Vidal em seu relato no boletim de ocorrência.
Ele vai além e afirma que durante a sessão da quinta-feira, a parlamentar ao invés de se retratar, prosseguiu com as acusações. “No dia 04 de novembro de 2021, a vereadora voltou a atacar os colegas, incluindo a vítima, dizendo que todos saberão quais são os vereadores que estão no bolso do paletó, ou seja, claramente acusou de corrupção quem votar diferente do que a mesma deseja”, consta no boletim.