Para valorizar a cultura cuiabana, dois casais deixaram os costumes tradicionais de lado para curtirem a pista de dança ao som de lambadão e siriri, como o engenheiro civil Alahn Wellington de Morais Aquino, de 25 anos, e a mulher dele, a servidora pública Bruna Gonçalves de Morais Aquino, de 32, que comemoram a união na última sexta (5).
Além de Alahn e Bruna, o contador e músico, Jefferson Felipe da Silva, e a promotora de vendas Tatiane Regina Miranda, ambos de 37 anos, também inovaram na hora da tradicional valsa dos noivos.
Ao som de lambadão, o casal surpreendeu os convidados, que não esperavam ver a dança cuiabana no casamento, realizado em 22 de outubro.
Os casais não se conhecem, mas têm em comum o amor por Cuiabá. Para Alahn, a inspiração foi a mesma: valorizar as raízes cuiabanas. Desde que conheceu a esposa, no mestrado em Recursos Hídricos, não hesitava em falar sobre o amor que tinha por Cuiabá.
Os pais do engenheiro civil se conheceram entre um passo e outro, enquanto dançavam lambadão. “Além do lambadão, o siriri e o cururu estão presentes em minha vida desde criança. Na nossa comunidade chamada Praia do Poço em Santo Antônio do Leverger, nosso carnaval é de siriri e cururu, passamos de casa em casa dançando”, conta Alahn.
Também de família tradicionalmente cuiabana, Jefferson cresceu em meio a festas de santo realizadas pelos familiares. Foi quando ouviu pela primeira vez o lambadão da Banda Signus. “Eu e minha esposa decidimos escolher o lambadão porque somos cuiabanos de ‘pé rachado’. É cultura, crescemos escutando. Meus familiares já fizeram várias festas de santo e quem tocava era a Banda Signus. Por isso escolhemos, lembra muito a nossa infância”, explica o contador.
Ensaio no Rio Cuiabá
A homenagem de Alahn e Bruna parou no estilo musical escolhido para a dança na festa de casamento. O casal escolheu o Morro de Santo Antônio e o Rio Cuiabá como plano de fundo para o vídeo e as fotos da união.
Apesar da surpresa dos convidados com o siriri no lugar da valsa tradicional, o engenheiro civil afirmou que todos os cuiabanos deveriam fazer o mesmo. “Foi muito legal fazer isso no nosso casamento, principalmente pela repercussão que tomou. Sendo que deveria ser uma coisa comum em Cuiabá, nossa cultura tem que ser estampada. Já morei fora e sofri muito com o sotaque cuiabano”, conta.
Mesmo com histórias de preconceito por conta do sotaque, Alahn não faz questão de esconder o jeito cuiabano de falar. “Na faculdade quando ia apresentar trabalho, as pessoas davam risada [do sotaque], mas fui acostumando e nunca perdi minha origem. Sou um cuiabano de chapa e cruz, nasci e quero morrer em Cuiabá”, afirmou.