Ter uma dieta balanceada – com todos os nutrientes necessários ao corpo –, associada à atividade física pode ser considerado meio caminho andado para ter mais qualidade de vida.
A qualidade de vida está diretamente ligada a uma alimentação saudável e à prática de atividades físicas. Porém, criar uma rotina mais sadia não significa ter que eliminar da sua vida todas as guloseimas ou alimentos – não tão saudáveis–, que aprecia. O equilíbrio sempre será o melhor caminho.
“Dedicar um mês para promover a qualidade de vida é fundamental para tornar as pessoas mais conscientes sobre como está sua saúde física e mental, suas relações sociais, no trabalho ou pessoais. A partir dessa pausa para auto avaliação é possível identificar o que não anda bem e precisa ser melhorado”, explica a médica cooperada da Unimed Cuiabá, dra. Ana Gisela Arruda Santos, especializada em endocrinologia e metabologia.
Basicamente, a Organização Mundial de Saúde (OMS), define que a qualidade de vida está relacionada à “satisfação do indivíduo no que diz respeito à sua vida quotidiana”. Seu conceito é amplo, mas quem pretende atingir esse objetivo em 2022, pode começar pelo cuidado com a saúde como: criar hábitos alimentares mais saudáveis e incluir a prática de exercícios físicos no dia a dia, tudo dentro do que é praticável para sua rotina.
“Uma pessoa que leva uma vida sedentária, que mantém uma dieta inadequada [consumo exagerado de doces e salgados] pode perceber alguns desconfortos. Alguns sintomas como fadiga, irritabilidade e indisposição ao longo do dia, podem ser o indício de que algo não vai bem. Se não houver uma mudança de hábitos, o quadro pode evoluir para azias após as refeições e insônias, por exemplo, condições que podem causar prejuízos no ambiente de trabalho e até nas relações pessoais”, aponta Ana Gisela Santos.
Ter uma dieta balanceada – com todos os nutrientes necessários ao corpo –, associada à atividade física pode ser considerado meio caminho andado para ter mais qualidade de vida. Conseguir colocar isso em prática pode evitar o surgimento de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, obesidade e até câncer.
A última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF -2017/2018), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, trouxe uma análise do consumo alimentar no Brasil. O levantamento identificou que 13,9% da população tinha algum tipo de restrição alimentar. Desse grupo, as restrições alimentares relacionadas às doenças crônicas ou distúrbios metabólicos (hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes mellitus ou doença cardiovascular) foram referidas por 26,8% das mulheres idosas e 19,1 % dos homens idosos.
Comida de verdade
A construção de bons hábitos pode começar a partir de pequenas substituições como de um ingrediente industrializado, por in natura ou minimamente processado, na hora do preparo das refeições.
“Além da substituição de alimentos ultraprocessados por outros mais naturais – rico em fibras, vitaminas e sais minerais –, associar alguns minutos para praticar alguma atividade física, formam o combo de quem quer começar 2022 com mais qualidade de vida.
Os benefícios vão além do corpo. Quem busca uma dieta balanceada tem mais disposição para as atividades do dia. Até mesmo o humor melhora”, sugere.
Nos últimos anos, uma mudança no padrão alimentar tem preocupado a maioria dos países.
De acordo com o “Guia Alimentar para a População Brasileira” do Ministério da Saúde, as mudanças ocorrem de forma rápida, em particular, nos países economicamente emergentes. São transformações, observadas com grande intensidade no Brasil, que tem determinado, entre outras consequências, o desequilíbrio na oferta de nutrientes e a ingestão excessiva de calorias.
“As principais mudanças envolvem a substituição de alimentos in natura ou minimamente processados de origem vegetal (arroz, feijão, mandioca, batata, legumes e verduras) e preparações culinárias à base desses alimentos por produtos industrializados prontos para consumo”, destaca o Guia.
Dos alimentos disponíveis nos mercados e restaurantes podem ser divididos em dois grupos: comida de verdade (in natura ou minimamente processados) e os ultra processados.
Cultura e alimentos
Ainda conforme o Guia, a alimentação adequada e saudável é um direito humano básico, garantindo uma alimentação adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo. Além disso, a dieta deve estar de acordo com as necessidades alimentares e levar em consideração aspectos culturais, tendo como base práticas produtivas adequadas e sustentáveis.
“Dar atenção aos costumes locais é uma forma de viabilizar o acesso de acordo com a oferta e também da situação financeira de cada região. Promover a educação e conscientização de uma dieta saudável reflete em um consumo mais moderado e prazeroso”, finaliza a médica.