O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (União Brasil) afirmou que deve apresentar uma proposta para limitar os gastos com verbas públicas para contratação de shows nacionais. Alguns desses valores são obtidos por meio de emendas parlamentares.
A polêmica em torno de contratações de cantores, entre sertanejos e de outros ritmos, pelas prefeituras teve início após uma declaração do cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, durante show em Sorriso, no meio do mês de maio. Na ocasião, o sertanejo alfinetou Anitta e a Lei Rouanet, de incentivo à cultura, mas o show dele no local era bancado por verba pública.
Para Botelho, não há ilegalidade nas contratações. O que ocorre, na visão dele, é uma “injusta” diferença de valores que são pagos para artistas nacionais em comparação com os artistas de Mato Grosso. A ideia do projeto seria que uma porcentagem das emendas dos deputados, ainda sem definição, seja exclusiva para contratar cantores do Estado.
“Nós gastamos milhões de emendas para shows de artistas de fora e quando vai colocar um artista daqui local, eles querem pagar uma mixaria, querem dar R$ 1 mil”, disse.
“O cara vem e gasta R$ 1 milhão em show e R$ 20 mil com os artistas locais, é justo isso? É muita injustiça”, concluiu.
“Marcha para Jesus”
Botelho ainda minimizou as emendas de R$ 340 mil destinadas para a realização da “Marcha para Jesus”, em Cuiabá. Gilberto Cattani (PL), Xuxu Dal Molin (União), Valmir Moretto (Republicanos), Ulysses Moraes (PTB) e o Delegado Claudinei (PL) foram os deputados que destinaram o valor.
O benefício é alvo de uma investigação do Ministério Público Estadual, após portaria publicada pelo procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges.
“Se tem previsão legal não posso falar algo contra. Acho que se tem algo contra tem que rever na lei proibindo. Até hoje é liberado, então não vejo nada ilegal nisso”, disse.
“Na verdade, defendo que seja limitado esses gastos para shows. É muito dinheiro público sendo gasto para isso”, completou.