EM ‘VAI NA FÉ’
Hugo Caramello dá vida à versão jovem de Fábio, ator que foi galã de telenovelas nos anos 70
Apaixonado por Cuiabá, o ator Hugo Caramello, de 34 anos, mudou para o Rio de Janeiro (RJ) em busca de oportunidades na área. Impedido de atuar de forma presencial durante a pandemia da covid-19, o cuiabano chegou a pensar em desistir da carreira e começou a estudar gastronomia. No entanto, com a retomada dos eventos culturais, as oportunidades de estar nos palcos voltaram a aparecer. Logo, Hugo foi selecionado para interpretar Fábio em “Vai na Fé”, nova novela das 19h, na Globo.
Fábio é pai de Lui Lorenzo (José Loreto), que, na fase adulta, é interpretado pelo ator Zé Carlos Machado. Hugo ficou encarregado de dar vida à “versão jovem” de Fábio Lorenzo, que foi um ator e cantor famoso nos anos 70.
O cuiabano já havia feito participação em uma novela da Globo, quando viveu o fotógrafo de Silvia Nolasco, vivida por Ingrid Guimarães, que interpretava uma atriz badalada e cheia de fãs. No entanto, Hugo comemora o primeiro personagem “com nome”, que lhe deu a oportunidade de viver a rotina de um set de filmagem.
“A primeira participação que fiz foi em Jesus [novela bíblica da Record], onde fui um guarda romano. Em Bom Sucesso fiz o fotógrafo da Ingrid Guimarães, mas foram participações mesmo. Agora é a primeira personagem com nome mesmo”.
Hugo conta que Fábio era considerado um super galã na época em que atuava nas telenovelas antigas, onde dividia cena com Wilma (Renata Sorrah). Apesar de casado, Fábio e Wilma mantinham um caso. Quando descobre que ela estava grávida de Lui Lorenzo, Fábio decide mudar de vida.
Ele se afasta de Wilma e abandona a carreira para continuar casado com Dora (Claudia Ohana). Juntos, eles criam o Refúgio Paz de Lumiar, na região serrana do Rio de Janeiro. Lá, pessoas que buscam se distanciar da selva conectada encontram espaço.
“Hoje em dia, o Fábio do José Carlos Machado tem um sítio onde acolhe pessoas que queiram se distanciar do mundo louco, da selva conectada. Ainda tem muita história, mas o que posso dizer e o que sei é isso. É uma participação de cinco capítulos. Provavelmente terão mais, mas por enquanto está fechado. Foram duas cenas ao ar que foram incríveis, esperando ansiosamente pelas próximas cenas”.
Raízes em Cuiabá
Apesar de atualmente morar no Rio de Janeiro, onde se formou em Teatro e se profissionalizou, quando precisa se reconectar às próprias raízes, Hugo recorre à Cuiabá. Foi na capital de Mato Grosso que o ator teve o primeiro contato com o palco no Teatro da UFMT, quando ainda era estudante.
“Foi no espetáculo ‘Cuiabá expia aí’ que me entendi enquanto ator. A peça era amadora e produzida na escola da professora Terezinha. Apresentamos no Teatro da UFMT, era uma peça muito bonita, fiz o velho do rio. Era baseado nas lendas urbanas de Cuiabá. Foi quando pensei: é isso que quero fazer da minha vida”.
Depois de formado, em 2008, Hugo começou a fazer cursos livres e profissionalizantes na Casa de Artes Laranjeiras. Aos poucos, começou a ser notado pelas marcas para participar de comerciais e não demorou para que chegasse nos palcos de teatros brasileiros.
“Americanas, General Eletric, Itaipava… foram meus primeiros contatos com audiovisual, fora a assistência de fotografia que fiz para o Canal Brasil, onde trabalhei com a Guilhermina Guinle. Depois, já estava certo de que era com isso que queria trabalhar, pensei: poxa, vou me profissionalizar mesmo. Nesse meio tempo trabalhei no teatro, resolvi ter essa base no teatro mesmo”.
A primeira peça de teatro estreada por Hugo foi com o diretor Jean Mendonça. Com “Amor e Restos Humanos”, ele se apresentou no Rio de Janeiro e São Paulo. Na época, ele dividiu palco com a atriz Indira Nascimento, que atualmente está em Travessia, novela das 21h da Globo.
“Ela é uma atriz incrível. Depois fiz o ‘Segundo Armário’, também dirigida por Jean Mendonça, que conta a história de um jovem soropositivo, ele conta tudo que passou nesse processo de descobrir e aceitar. Foi um monólogo incrível, apresentei no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte”.
Atualmente, Hugo está em cartaz com a peça “Certos Rapazes” com o diretor Maurício Canguçu, comédia romântica que conta a história de dois homens que se conhecem em um aplicativo de relacionamento.
“Semana passada estive em Belo Horizonte, próximo mês estaremos em Vitória, depois São Paulo, Rio de Janeiro e por aí vai. Graças a Deus o mundo está voltando ao normal e estou tendo oportunidade de voltar a fazer o que é minha paixão e o que quero fazer”.
Para Hugo, as oportunidades que aparecem e continuam aparecendo, permitem que ele realize o sonho de trabalhar como ator. O cuiabano afirma que, algumas vezes se sente sozinho vivendo no Rio de Janeiro e, por isso, busca força nas origens.
“Temos muita história e riqueza, que precisa ser expandida para o Brasil inteiro e para o mundo. Me inspiro muito em Cuiabá, lugar que me conforta, onde vou buscar meu berço, onde estou em contato com a natureza. Como filho de Oxum tenho que estar aí sempre para poder recarregar minhas energias nas águas de Chapada. Amo minha cidade”.