O vereador de Cuiabá, Fellipe Corrêa (Cidadania), apresentou um projeto de lei para instituir o “Dia do Pau-Rodado”, a ser comemorado anualmente em 10 de novembro. A iniciativa foi apresentada na sessão da Câmara nesta quinta (30), e o parlamentar explicou que a data visa homenagear os migrantes que fizeram da capital de Mato Grosso sua residência e ajudaram a escrever a história da cidade com seu trabalho.
O termo “pau-rodado” para se referir aos migrantes, “cuiabanos de coração”, remete à navegação fluvial. O “pau-rodado” é uma metáfora própria da linguagem local, uma referência aos troncos de árvores que descem os rios rodando nas margens até se fixarem em algum trecho dele. A ocupação do território cuiabano por migrantes de outros estados, como os bandeirantes, iniciou pelos rios e com o tempo, o vocábulo pau-rodado passou a ser usado para se referir a todos aqueles que vieram de outros estados e municípios e que fixaram residência em Cuiabá.
“Precisamos render homenagens a todos os cidadãos que escolheram Cuiabá para constituir família, trabalhar e ajudar no crescimento do município. É com muita honra que posso dizer ser filho e neto de pau-rodados, e sei que todos nós, mesmos nascidos e criados em Cuiabá, somos descentes de migrantes. A esses migrantes, nosso agradecimento e nossa homenagem. Por isso, peço aos demais vereadores que votem a favor desse nosso projeto”, afirmou o vereador.
A data escolhida, 10 de novembro, é a o dia do falecimento de Pascoal Moreira Cabral Leme, que comandou a bandeira que chegou às terras que hoje são de Cuiabá em 1718. Como não há registros conhecidos sobre o nascimento, foi escolhida a data de seu falecimento.
REFERÊNCIA HISTÓRICA
Entre os anos de 1673 e 1682, se tem registro dos primeiros Bandeirantes paulistas que passaram pela região onde hoje se encontra o município de Cuiabá. No ponto em que o Rio Coxipó deságua no Rio Cuiabá, a bandeira de Manoel de Campus Bicudo fundou o primeiro povoado da região, localidade batizada de São Gonçalo.
Em 1718, chega à região a bandeira do paulistano, Pascoal Moreira Cabral Leme. Ele ajudou a fomentar a corrida pelo ouro na localidade após a descoberta das minas conhecidas como “Lavras do Sutil”. A notícia da descoberta causou grande fluxo migratório para a região.