O governador Mauro Mendes (União Brasil) solicitou que o deputado estadual Wilson Santos (PSD) diga expressamente quais são os parlamentares que reivindicaram à Secretaria de Estado de Segurança Pública a instalação de tomadas em celas de líderes de organizações criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho (CV).
Em entrevista ao RepórterMT, publicada no dia 29 de abril, o parlamentar declarou que “tem deputado eleito pelo crime organizado reivindicando regalias para presos”, lembrando ainda que chegou a ser barrado em bairros de Cuiabá durante a campanha eleitoral de 2022, porque lideranças do crime organizado haviam “fechado” com outros candidatos.
O deputado contou que em um diálogo com o ex-secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, para tomar providências, este fez a seguinte declaração: “você é o primeiro que vem aqui para pedir providências. Seus outros dois ou três colegas que vieram aqui, vieram me pedir pra reinstalar tomadas para que os líderes do crime organizado que estão presos possam recarregar a bateria dos seus celulares”. (Assista abaixo)
“Realmente é algo grave, concordo. Tenho que tomar conhecimento com um pouco mais de profundidade, mas, como governador, me cabe encaminhar [as denúncias] porque não é o governador quem investiga nem quem tem poder de polícia. Quem tem que investigar é a Polícia Civil e o Ministério Público. Eu, como cidadão, fico perplexo vendo um deputado falar isso. Isso merece, por parte de quem tem o dever de investigar, verificar se tem procedência”, disse. A declaração foi dada durante entrevista no domingo (30) na sede do União Brasil em Cuiabá.
O governador ainda destacou que considera prejudicial à maneira como a declaração foi feita pelo deputado Wilson Santos.
“É muito ruim isso, ficar conversando entrelinhas. Para fazer uma acusação grave dessas tem que botar nome e sobrenome, senão ficam os 24 deputados sob suspeita. E não é justo, se um fez, 23 não podem ficar com essa mancha, porque é realmente muito grave”.
