A viagem de lazer da aposentada Mariza Beatriz de Souza foi frustrada por uma agência de viagens que, além de não cumprir o que estava previsto no contrato, ainda se recusa a devolver o valor gasto ou dar qualquer satisfação sobre o caso. Mariza é servidora aposentada do Procon e está auxiliando os demais clientes atingidos a se organizarem para buscar uma compensação na justiça. Conforme contou ao RepórterMT, pelo menos outras 50 pessoas estão na mesma situação pela mesma agência e se uniram por WhatsApp para tentar reaver o dinheiro da empresa Forma Trip.
O RepórterMT teve acesso a três boletins de ocorrência, registrados por sete pessoas, contra a mesma empresa. Os relatos são os mesmos: os clientes pagaram os pacotes e, faltando um mês para a data da viagem, receberam comunicados informando sobre o cancelamento. Em um dos casos, um grupo de cinco pessoas chegou a pagar mais de R$ 10 mil.
Os valores eram atrativos: dona Neide Campos da Silva, por exemplo, pagou R$ 828 para uma viagem ao Rio de Janeiro que foi cancelada. Mariza, por outro lado, pagou aproximadamente R$ 600 para passar dois dias em Chapada dos Guimarães.
Dona Mariza conta que, assim que receberam o comunicado de que o pacote para Chapada dos Guimarães foi cancelado, procurou a sede da empresa para saber quando receberia o reembolso ou se poderia escolher um novo pacote, mas a agência de viagens tinha fechado. Relatos de vizinhos da empresa davam conta de vários clientes procurando o local com reclamações parecidas.
“Joguei no Facebook, joguei no Instagram, joguei nos meus grupos e aí foram aparecendo as pessoas. A maioria são idosos e são conhecidos, porque alguns já faziam viagem com ela, então é um tombo violento que ela deu em todo mundo. Se for somar aí, é muito dinheiro”, ressaltou.
Segundo Mariza, outros clientes do interior também têm feito contato com eles para tentar notícias do paradeiro dos responsáveis pela empresa, que de repente se tornaram incomunicáveis.
Os clientes procuraram a Delegacia de Estelionatos ou a Delegacia do Consumidor e as investigações estão em andamento. Pelo menos um desses clientes lesados já foi chamado a prestar depoimento, no dia 2 de junho.
“A gente quer fazer um alerta sobre isso. A gente está correndo atrás de toda a imprensa porque não adianta você ficar só no WhatsApp, no Facebook, no Instagram e não ter uma coisa para mostrar que realmente foi um calote”, disse.
Outro lado
A reportagem tentou entrar em contato com a empresa Forma Trip, mas as ligações não foram atendidas. O espaço segue aberto.
