Polícia descarta homofobia e não indicia suspeito de agredir psicólogo no banheiro da Nuun

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Fonte: pocone online

Foto: Reprodução

A Polícia Civil concluiu o relatório que investigava a agressão ao psicólogo Douglas Luiz Rocha de Amorim na Nunn Garden, em Cuiabá, ocorrida no dia 13 de janeiro. O delegado responsável pelo caso, Flávio Henrique Stringueta, não entendeu que houve motivação homofóbica para o crime e, por isso, o suspeito, Yuri Matheus de Siqueira Matos, não foi formalmente indiciado. As investigações continuam. 

O caso ganhou grande repercussão após a vítima declarar, no boletim de ocorrência, que o agressor teria dito “vou ensinar esse veado a respeitar homem” antes de atacá-lo. No entanto, segundo a investigação, nenhuma testemunha presente no banheiro da boate confirmou ter ouvido a frase.

Durante o inquérito, Yuri afirmou que a agressão foi motivada por uma discussão com Douglas no banheiro da boate. Segundo o investigado, a vítima teria tentado tocar em sua genitália, o que gerou um desentendimento entre os dois. Douglas negou a tentativa de contato físico, mas admitiu que xingou Yuri, chamando-o de “homofóbico” durante a discussão.

Seguranças da boate confirmaram que Yuri relatou o episódio a eles antes da briga. Além disso, um funcionário da casa noturna declarou ter visto a vítima trocando xingamentos com o suspeito e sendo contida por seu companheiro.

Imagens de câmeras de segurança mostram Yuri entrando no banheiro momentos antes da agressão, retirando o relógio do pulso, o que, segundo o relatório, demonstra sua intenção de partir para a briga. Ele admitiu ter desferido um soco contra Douglas após ser provocado, mas negou que o ataque tenha ocorrido por motivação homofóbica.

O delegado concluiu que as versões da vítima e do agressor são contraditórias e, diante da ausência de provas concretas sobre a motivação discriminatória, aplicou o princípio do “in dubio pro reo” (na dúvida, a decisão deve favorecer o réu). Assim, Yuri responderá apenas por lesão corporal leve, sem indiciamento formal, já que o crime é de menor potencial ofensivo e passível de transação penal.

“Com base nisso tudo, não me convenci de que a agressão teve motivação homofóbica, pois que as versões da vítima e do investigado são contraditórias, e, em caso de dúvida, optei por pender a favor do investigado, de acordo com o princípio “in dubio pro reo”,

A Polícia Civil encaminhou o relatório ao Ministério Público, que agora deve avaliar se oferece denúncia contra o agressor.

escreveu o delegado.

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